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Viagens

Dicas de Viagem para Chapada dos Veadeiros – Parte 1

Localizada na Vila de São Jorge, no município de Alto Paraíso de Goiás (GO), o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é um destino místico que está cada vez mais sendo procurado, conforme parecemos estarmos todos buscando a essência do nosso ser. A misticidade do local se dá por conta de três fatores: o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros está localizado sobre uma pedra de quartzo rosa gigantesca, o que, para quem acredita no poder dos cristais, seria o centro de amor do mundo.

Cristais espalhados por toda cidade, como esse lapidado.
Os cristais em estado bruto são encontrados em meio ao solo pedregoso.

Além disso, é cortado pelo Paralelo 14, que são aquelas linhas imaginárias que cortam o globo terrestre horizontalmente, o mesmo que corta o Macchu Picchu, a cidade sagrada dos Incas. E, para terminar, uma referência que vemos por lá em todos os cantos: os e.t.s. Há muitos relatos e o comércio local usa essa temática, o que dá um ar todo peculiar à cidade.

Uma referência que vimos muito na Chapada são e.t.s.
 Há muitos relatos de e.t.s e o comércio local usa essa temática.
Imagens de e.t.s estão por todos os lugares.

Fora isso, o lugar é maravilhoso, simples, daqueles que a gente só precisa de saúde, uma ou duas roupas e disposição para caminhar. Lá senti que só o essencial é realmente necessário e tentei trazer isso de volta na bagagem. Neste relato, que será dividido em três partes, vou fazer um resumo dos dias e começar com as questões práticas – e, estas sim, dicas fundamentais.

Sempre acho difícil dar dica de viagem, afinal não adianta ir à Paris ver a torre se o outro a acha sem graça. Então, começo dizendo que esta foi a minha experiência e desejo que todos sintam vontade de ir conhecer o local, com seus próprios roteiros, mas confiem nas dicas práticas, pois são quase regras.

Nosso voo saiu de Florianópolis e foi direto à Brasília, o aeroporto mais próximo da cidade que hospeda o destino, onde alugamos um carro (que DEVE ser alto, como a nossa Duster – ou outro ainda maior e mais esportivo, por conta das estradas de terra que dão acesso às atrações). De lá para a Vila de São Jorge, foram mais 3h de estrada. Optamos por alugar um celular para rotear wi-fi para nossos celulares, mas ele não funcionou nenhuma vez, e, então, a dica é alugar logo o aparelho de GPS, que, além de ser mais barato, funciona off-line. Como não temos muita vergonha, fomos parando e perguntando, na falta das placas. Aventureiras!

No caminho para a Pousada, pôr do sol lindo.

Pra começar com as dicas, estamos falando de uma viagem ao bioma do cerrado, ou seja, um clima bem quente e com épocas de seca – exatamente a época que pegamos lá, na viagem que foi do dia 30/08 a 05/09. É tão seco que a primeira dica é: leve tudo que puder para hidratar lábios e nariz, pois, em alguns casos, chega a sangrar. Viajei com uma amiga e a gente acabou tendo que comprar soro fisiológico na farmácia, o que não adiantou muito, apenas amenizava para uma limpeza, já que lá tem muita poeira. Se você tiver outro produto que costuma usar, nem pense duas vezes e já coloque junto com a escova de dentes, itens obrigatórios.

No caminho das trilhas no clima quente e seco.
No caminho das trilhas, vegetação típica do Cerrado.

Outra dica essencial: leve chapéu, o maior que você conseguir, pois o sol é - realmente - muito forte e, como iremos ver, o que se faz na Chapada dos Veadeiros é trilha, trilha e trilha, debaixo de um sol superforte! Assim, encontre um chapelão e já leve na mala, junto com o protetor solar que você costuma usar – e use da maneira correta: não nos queimamos, e nossa tática foi passar o protetor ainda no hotel, para fazer efeito quando chegássemos ao destino.

Com o sol forte, o uso do chapéu é indispensável.

Outro item que se mostrou muito útil: uma canga, pois nas cachoeiras, as recompensas das trilhas, não há infraestrutura alguma (lembra sobre o simples ser o essencial?) e ela acaba ajudando muito para você sentar ou mesmo apoiar sua mochila e outros pertences.

Durante as trilhas, leve muitas comidinhas e muita água. A gente optou por trilhas rápidas, com exceção de uma delas, dentro do próprio Parque Nacional, o que nos fez ver a importância real de levar muita água e muita comida. Levamos petiscos já de casa, mas há mercadinhos na vila e no centro da cidade com boas opções.

Para usar nos pés, eu levei um tênis de ginástica e uma bota de trilha, mesmo. Na primeira trilha, não senti necessidade de ter ido com a bota, e, portanto, na segunda, usei o tênis. Conclusão: prefira a bota. A trilha do segundo dia, vou explicar melhor, foi muito pesada, em comparação à do primeiro, mas o que importou, mesmo, não foi só o tempo, mas o solo. Usando o tênis e tendo que trilhar por caminhos pedregosos, acabei sentindo muito o calcanhar, o que a bota impede de acontecer. Leve daqui, se tiver, mas é possível encontrar, no centro de Alto Paraíso uma loja que vende estes artigos – mas não faço ideia do preço.

Malas prontas e pé na estrada.

Malas prontas e equipadas, carro na estrada e, no meio do caminho entre Brasília e a pousada, decidimos procurar por uma plantação de girassóis para tirar uma linda foto nos campos desta cultura. Resultado? Horas a mais de estrada, locais que sequer sabiam de fazendas com este plantio, mas muitas paisagens lindas, desérticas e diferentes. O que importa é o caminho, confere? Demos boas risadas.

Na busca pelos campos de girassóis, somos um pontinho de gente.
Expectativa: encontrar um lindo campo de girassóis.
Realidade: o que importa é o caminho.

Nos próximos dois posts, vou falar melhor sobre as nossas atividades, dia a dia. Mas, enquanto isso, conta aí: você já tinha ouvido falar? Fomos chamadas de loucas, quando anunciamos o destino, mas, muitas vezes, sair da zona de conforto, literalmente, é o que nos aproxima ainda mais de nós mesmas. É a história de buscar a essência do nosso ser, sabe como?

Conhecemos paisagens totalmente novas, mistérios envolvendo o lugar e a sensação de ser tudo novo e ter que despir do que não importa. Cada trilha era uma meditação e cada cachoeira, uma recompensa. Cada gole de água, o mais raro dos vinhos e cada amendoim, o mais necessário dos alimentos. E aí? Está disposto a seguir conosco pelos próximos dias de viagem? Garanto que vocês não irão se arrepender.