Joguinhos Sentimentais: como se livrar deles!

Joguinhos sentimentais: a velha tática do “morde-assopra” ou “esconde-esconde” dos sentimentos. Acontece quando estamos a fim de algo e precisamos (precisamos?) fingir que não estamos sentindo isso. Ou quando disfarçamos a empolgação e interesse em alguma situação ou pessoa por medo de o outro achar que estamos exagerando. Estratégia (nem sempre prática) de conquistar algo desejado, dando voltas e escolhendo “comer pelas beiradas” em vez de ir direto ao ponto. Planejar uma atitude prevendo como será a reação do outro.

Indo mais direto ao ponto: é maneirar a alegria em receber um aumento, demorar para responder uma mensagem do “crush” só para não parecer fácil, sentir vontade de elogiar uma pessoa, mas segurar a fala para a pessoa “não se achar”. E aí? Se identifica com este cenário?

Seja na amizade, relacionamentos familiares ou amorosos, mesmo não gostando, volta e meia temos que lidar com joguinhos que mais parecem um tabuleiro de xadrez de tão complexo que podem se tornar. Às vezes, são pessoas que mal conhecemos, como alguém que estamos a fim ou até mesmo um emprego novo em que você precisa ter cuidado com aquilo que fala. E então, quando menos percebemos, estamos envolvidos nos jogos tendo que entender esse movimento estratégico que faz pensarmos demais nos próximos passos a serem dados dentro de uma relação.

Será que ligo? Será que espero para falar? Será que faço de conta que não vi? Será que chamo a pessoa para aquela conversa? Essas são as perguntas que envolvem os famosos joguinhos.

Mas como se livrar deles?  Primeiramente, entenda quem é você no jogo. Você é do tipo que gosta de jogos ou não? O mundo é dividido em pessoas que gostam de joguinhos (ou nem gostam, mas ainda não conseguem se livrar deles) e os que assumidamente não gostam (aqueles que preferem sempre ir direto ao ponto e agir na transparência). Depois disso, procure entender com quem você está lidando. Para que uma relação funcione bem, nem sempre é necessário que os dois gostem de jogos ou não. Pode haver equilíbrio entre os dois perfis, mas é fundamental que você compreenda como funciona a lógica do relacionamento.

Se você está lidando com uma pessoa que trabalha com a lógica dos joguinhos, precisará ter mais cautela antes de tomar decisões. E se você sente que isso não lhe faz tão bem, o que vale é sempre se perguntar: você precisa mesmo entrar nesse jogo? Se a relação é de trabalho, por exemplo, às vezes é necessário jogo de cintura, mas numa relação amorosa, talvez você possa se perguntar se este relacionamento realmente será sustentável, a partir do momento que você quer uma coisa e a pessoa, outra.

Se, por outro lado, você está diante de uma pessoa que não curte esse tipo de relação, então tente ser o mais direto possível. Não tenha medo de dizer aquilo que pensa ou sente (lembre-se que ser sincero não quer dizer ser intolerante ou agressivo). Muitas vezes, abrir o jogo e dizer o que está sentindo pode ser libertador tanto para você quanto para a outra pessoa.

Por fim, lembre-se de ter como prioridade o amor próprio. Seja honesto com seus sentimentos, antes de escolher como vai administrar a “jogada”. Muitas pessoas, com medo de serem elas mesmas, acabam escondendo seus sentimentos e fingindo ser outra pessoa para entrar nesse jogo. Na maioria das vezes, a pessoa compromete sua autenticidade e acaba deixando de agir com naturalidade, negando suas próprias escolhas.

Como um relacionamento legal pode se sustentar quando não estamos sendo honestos com a gente mesmo? Por isso, para entrar no jogo de vez ou se livrar dele, é preciso estar atento à jogada, ao tabuleiro, aos jogadores, mas sem perder de vista que tipo de jogador você quer ser. Nem sempre dá para se livrar totalmente do jogo, mas é possível escolher como jogar e  se esta jogada for respeitosa com os seus sentimentos, aí já está um jogo limpo lindíssimo que você pode fazer por si mesmo! Deste tipo de jogada, a gente nunca se arrepende.