Semana de muitos corações espalhados pelo ar, muitos casais nas timelines da vida e todo mundo querendo um mozão para chamar de seu. Eu disse todo mundo? Vale lembrar aqui aquele velho conselho que sua mãe já dizia: “você não é todo mundo!”. Mas se você estiver procurando um mozão, tudo bem também. A nossa pergunta principal para o dia de hoje é: já testou procurar esse amor quando se vê no espelho?
Nossa sociedade é apaixonada por espelhos. Narciso (aquele cara da mitologia grega que se apaixonou pelo próprio reflexo na água de um rio e acabou se afogando) seria fichinha para a sociedade dos selfies. Mas, aqui entre nós, você que não vive sem e adora uma foto no espelho pra postar no facebook (já diria o grande pensador da música contemporânea) está mesmo enxergando quem está ali a sua frente?
A dúvida é cruel, eu sei. Você aí só querendo um mozão para trocar presentes e cartinhas e a gente aqui falando de papo profundo. Sim, quando o assunto é auto-amor, o papo é sempre profundo. Mas a realidade é que o dia dos namorados é um lindo dia-convite para a reflexão. Se, por um lado, os solteiros são chamados a dar uma atençãozinha a si mesmos, lidar com suas próprias carências ou até mesmo sentimento de solidão, por outro, os casais também são convidados a reparar no parceiro, sair da rotina, preparar um presente especial que reflita o momento da relação.
Eu não sei vocês, mas sempre vejo amigas e amigos mais preocupados com esta data estando solteiros do que namorando. É que estamos mais acostumados a darmos atenção às faltas e buracos da vida do que para aquilo que já temos por “garantido”. O convite do dia é para, inclusive, até os casais olharem para si mesmos e pensarem no que de fato gostariam de estar fazendo na companhia um do outro. Os presentes e jantares deste dia muitas vezes acontecem de modo automático, naquele ritmo do “tem que”, (“tem que comprar presente”, “tem que pensar em um jantar”, “tem que reservar restaurante”). Na contramão desse ritmo, inclusive comercial, a ideia deste dia é que todos nós possamos deixar um pouco de lado o “tem que” e possamos nos conectar mais com o que o coração tá pedindo.
Para os solteiros, a oportunidade é única, pois é momento ideal para curtir sua própria companhia e perceber o quanto pode ser agradável estar consigo mesmo. Transformar a solidão em solitude é como aceitar nossa condição (viemos ao mundo sozinhos e assim partiremos) mas entender isso como um presente, algo bom. Na plenitude de estarmos sozinhos, encontramos a solitude e, depois disso, é que costumamos estarmos prontos e abertos para um novo amor. Então, segue o chamado para que nesse dia dos namorados você possa se olhar no espelho e fazer uma baita declaração de amor. Por que não? Amar a si mesmo hoje é um ato revolucionário que exige coragem! E para os que não desistem de uma história de amor entre duas pessoas que se encontram (ou reencontram) nesse mundão: saibam que o encontro ideal amoroso só pode acontecer em sua plenitude quando os dois seres já passaram pelo desafio do amor próprio. Quando nos amamos de verdade, conseguimos entender aquilo que merecemos e isso, de algum modo, nos conecta com pessoas interessadas pelo mesmo. É como um sinal de wifi cuja senha é o amor respeitoso. Quem estiver passando por perto e tiver sintonizado com esta mesma senha com certeza conseguirá se conectar.
É nesse ritmo de amar o espelho que paramos de procurar algo fora que nos complete e que venha para preencher lacunas e avançamos, então, para outra fase. Aquela em que a gente acredita que o bom amor é aquele que começa pelo espelho e quando encontra seu par, se assim for seu desejo, só sabe transbordar.
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